segunda-feira, 26 de maio de 2014

Veja o que o site Stereogum escreveu sobre a trajetória do Paramore

A pergunta não é bem “Como Paramore foi parar no American Idol?” mas sim “Por que eles demoraram tanto pra chegar lá? Como expliquei mês passado, a trajetória de Hayley Williams e companhia da Warped Tour até o estrelato foi rápida como um delivery, Hayley tem uma estrela interior. Mas guitarras pesadas e bateria violenta que os ajudaram a estourar, assustam pessoas como Ryan Seacrest, então eles nunca tiveram a chance chegar num top 40 apesar dos vocais poderosos, do dom e do carisma de Williams.

Ela sozinha já experimentou ficar no top 40, com o hit eletrônico/hip- hop, “Airplanes” de B.oB, canção que atingiu o número 2 na Billboard e no ano passado, com Zedd em “Stay The Night”, que ficou em 18º. Já ficou provado que a banda pode sim se adaptar a um som mais amigável quando eles fizeram um cover acústico de “Use Somebody” do Kings of Leon, sem falar da balada de sua autoria “The Only Exception”. É importante mencionar que anteriormente, Hayley tinha contrato como cantora solo com a Atlantic em 2003; a gravadora queria lançá-la como uma cantora pop adolescente, mas Hayley queria rock. Sendo assim, jogaram o Paramore para a Fueled By Ramen e o resultado foi três álbuns de triunfo indiscutível que trouxeram a banda para o Hot 100 oito vezes. Depois de rodar o mundo promovendo seu glorioso “Brand New Eyes”, os irmãos Farro deixaram a banda, dizendo que haviam se tornado um “produto enlatado de uma grande gravadora”. Na sua ausência, Paramore gravou um álbum que conquistou as paradas.


O grande sucesso veio com “Ain’t It Fun”. Mas “Still Into You” conseguiu igualar “The Only Exception” nas paradas, na posição 24, mas a música que as pessoas lembrarão quando pensarem em Paramore, será com certeza, “Ain’t It Fun”. Lá em janeiro, quando o disco saiu, eu disse “Essa música é viciante”. No começo desse mês, ela se tornou o primeiro hit top 10 da banda e na noite passada, atingiu o Idol com raios amarelos. Os jurados Jennifer Lopez, Keith Urban, e Harry Connick Jr. estavam todos se mexendo estranhamente e sorridentes, e aposto que muitos americanos estavam fazendo o mesmo. Tudo que eles precisavam esse tempo todo era uma canção pop-rock dançante, um coral gospel, vocais parecidos com os de Michael Jackson e uma roupa emprestada de Miley Cyrus.
Isso serviu para mostrar que esteriótipos são relevantes. Mesmo em 2005, com o “All We Know Is Falling”, o Paramore estavam bombando músicas que fariam estádios cantarem. Em 2007, “Riot!” fez eles caírem nas graças do povo e “Brand New Eyes” os tornou verdadeiras estrelas do rock e queridinhos da crítica. Eles chegaram no patamar mais alto que uma banda de rock pode chegar, enquanto Hayley Willimas se interessava por projetos paralelos dando a entender que ela deixaria os companheiros. Ao invés disso, eles se mantiveram juntos – mas apenas os que não tiveram medo de experimentarem o pop – e exploraram uma variedade de sons que anteriormente não se permitiam. Ainda mais depois que viram que seus amigos do Fall Out Boy fizeram o mesmo. “Ain’t It Fun” tem a fórmula secreta que os levou ao Idol, um ambiente tipicamente associado com “produtos enlatados”. Mas não há nada previsível em relação ao Paramore em 2014 e o jeito com que Williams dançou e sorriu durante sua apresentação no American Idol, sugere que seu coração está 100% nesse gênero.



E tem que ser assim! Paramore não vai virar um pop comum, mas sim uma expansão disso. O disco é reconhecido pelo trabalho anterior da banda – guitarras distorcidas, refrões agudos, sinceridade cativante – e músicas como “Now” e “Be Alone” funcionariam em seus álbuns anteriores. Mas nessas 17 faixas, Paramore focou suas habilidades em algo muito mais satisfatório do que aderir apenas a um gênero restrito: um evolução alegre e sem freios.

A vigorosa “Still Into You”, com sua charmosa interação entre teclado e guitarra, é um raio de luz que o Paramore emitiu sob a Terra, mas “Part II” é extremamente escura, tornando o som da banda uma mistura de baterias de Fab Moretti, sons eletrônicos, guitarras com pegada New Wave e sintetizadores relaxantes. “Anklebiters” soa como um indie-pop, enquanto “Last Hope” é um experimento na área do rock alternativo. “Future” é um acústico silencioso com uma explosão sombria, e a série de interlúdios mostra uma Hayley parecida com Zooey Deschanel em seu ukelele. “Hate to See Your Heart Break” está a só um passinho das paradas country, e a faixa de abertura agitada “Fast In My Car” é um gênero único. Há várias canções disfarçadas de rock – “Grow Up”, “Daydreaming” e “Proof” – mas elas são mais vitórias criativas do que sucessos. Em “Ain’t It Fun” eles combinaram a mais infectuosa e maravilhosa batida pop de todas para detonar os charts. Resumindo, Paramore é exatamente o oposto de fracasso. É impossível aceitar qualquer fã, hater e até os membros anteriores do Paramore gritando “Farsa!”, a banda está definitivamente se livrando de sua estrita identidade e estão se divertindo muito com isso!

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